Mulheres empoderadas, decididas, livres, leves,
soltas! Mulheres que tomam as decisões sobre a própria vida sem se deixarem
intimidar ou limitar pelas expectativas alheias. Mulheres agressivas, duras e
diretas. Mulheres subversivas, ativas, fortes. Mulheres belas, desbocadas, do
bar. Mulheres que se amam. Mulheres que se acham (e são) bonitas independente
dos padrões. Mulheres que lutam. São essas as mulheres que o patriarcado teme.
Que os machos temem. Que muitas mulheres, infelizmente, temem.
O patriarcado espera de nós abnegação,
subserviência, submissão e docilidade. Espera que sejamos belas, recatadas e do
lar. Nos limita aos espaços domésticos, a inexpressividade do ser. A recusa
calada. A dor sufocada. O grito calado. A revolta controlada. A censura
internalizada. A violência aceita e romantizada.
O patriarcado não quer que nós mulheres sejamos
livres. Ele prende-nos em suas prisões. Prisões do corpo. Prisões dos
sentimentos. Prisões da mente. Prisões da alma. Somos socializadas para sermos
meras bonecas e apêndices masculinos. Nossa vida é construída ao redor da
vontade do macho. Do poder do macho. Quando uma mulher se empodera, quando uma
mulher toma o poder sobre si mesma e começa a pautar a própria vida buscando
sua realização plena enquanto uma mulher-ser-humano e não uma
mulher-sub-humana, o patriarcado pira e gira. Os machos choram. Muitas mulheres
se chocam. E os ET's refletem sobre a minha sonhada abdução.
É por isso que feministas são odiadas. Pois mulheres
que infringem a ordem masculina são temidas. Os machos sentem medo de mulheres
empoderadas porque elas formam um grupo contra-hegemônico que pode balancear as
relações de poder que os beneficiam. As relações de poder que fazem com que as
mulheres sejam sujeitadas, subordinadas, reprimidas, humilhadas, estupradas,
assassinadas, espancadas... por machos na sociedade patriarcal.
Uma mulher empoderada pode sim ser heterossexual,
gostar de homens, se relacionar com homens, amar homens. Contudo, ela sabe que
o amor próprio, que o amor por si mesma, vem em primeiro lugar. Esse amor não a
torna egoísta, mas quase filantropa, afinal, como realmente amar os outros sem
antes amar à si mesma? É praticando o amor próprio que o amor à humanidade, à
vida, à uma pessoa em especial é plenamente vivido.
Uma mulher empoderada sabe que as decisões sobre a
sua vida cabem a si própria. Ela pode sim precisar da ajuda de outras pessoas,
pedir opiniões e conselhos, mas, no fim, com raras exceções, ela fará aquilo
que acha certo, não o que os outros esperam que ela faça. Ela se veste como
gosta, ela bebe se quiser, porque não tem essa de ''é feio ver mulher
bebendo'', ela sabe que quem está incomodado pode muito bem fechar os olhos,
sair de perto dela ou morrer. Ela transa se ela quiser. E ela não transa se ela
não quiser transar. Ela sabe que a liberdade sexual dela consiste tanto no
direito de dizer sim, como no direito de dizer não. Ela não abaixa a cabeça
fácil, ela luta, ela grita, ela xinga. Ela revida, porque ela sabe como é
difícil ser mulher, mas como é mais difícil ainda não ser a mulher que se é.
Os machos têm medo de mulher empoderada, esse medo é
figurado nos discursos de ódio, expressões da misoginia, que eles reproduzem
contra as mulheres feministas. Até entendo (mentira) os machos. Analisemos. Você
é um macho que foi criado achando que ''mulher é inferior ao homem'', que
''homem pode tudo, mulher pode muito pouco'', que ''homem é o sexo forte'', que
''a mulher tem que ser frágil, submissa e delicada''. Certo dia você tenta
aplicar isso na vida de uma mulher, tentando controlá-la, mas você não sabia
que ela era feminista e, então, recebe como resposta um sincero "vai se
foder" para sua tentativa de repressão. É claro que a sua masculinidade
seria abalada! Como assim a mulher não permitiu você, o majestoso mascu do rolê,
regular a vida dela? Absurdo!
Infelizmente mulheres ponderadas também têm medo de
mulheres empoderadas. Isso faz parte do grau de internalização do machismo por
parte da socialização que tiveram, da cultura da rivalidade feminina, assim
como também por alienação social. Aprendemos, por um lado, que devemos ser
submissas, recatadas, subordinadas, por outro, que nós mulheres somos todas
rivais, que vivemos fazendo disputas entre nós, que não podemos ser amigas
verdadeiras. Dessa forma, quando uma mulher se sobressai por ser insubmissa,
muitas a veem de forma negativa, achando que aquela mulher ''quer tomar o seu
lugar", "quer aparecer'', "quer ser melhor que ela" ou,
ainda, que aquela mulher ''não presta'', ''não tem valor'', ''não se dá ao
respeito'', porque ela não age de forma regulada como elas.
Independente das pedras e das mordaças no nosso
caminho, nós temos o direito ao grito. Então, gritemos! Gritemos contra o
patriarcado. Gritemos contra quem ousa nos censurar, nos limitar, nos coagir,
nos diminuir, nos violar, nos matar... nos impedir de sermos quem somos.
Lizandra Souza.
Por mais mulheres empoderadas!
ResponderExcluirNossa! A melhor coisa que eu poderia ter lido hoje, assim no fim do dia. Obrigada!
ResponderExcluirGrata
ResponderExcluirPor favor, não pense que todo homem tem medo de vocês. Eu não tenho. Sabe por quê? Porque não vou machucá-las, não vou desrespeitá-las, e apenas quero conversar. Não há motivo para medo e ódio. Por favor, saiba que existem pessoas assim, que não querem machucar ninguém: Pessoas que só querem um pouco de paz.
ResponderExcluirAcho que muitas vezes essas mulheres não querem é saber da sua opinião...Anonimo. elas são a cópia do patriarcado. querem um homem calado, quieto e sem opinião.
ResponderExcluir