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Mostrando postagens de novembro, 2016

LITERATURA FEMINISTA: CRÔNICAS, (MINI)CONTOS, POEMAS, RESENHAS E MAIS!

Afinal, o que é feminismo interseccional?

Feminismo, de forma genérica, é um movimento sociopolítico que busca uma sociedade livre do patriarcado, entendido aqui como o sistema de dominação-exploração da mulher pelo homem. Com o fim do patriarcado, espera-se, sobretudo, que as mulheres não sofram mais com a opressão de gênero, que as relações sociais entre homens e mulheres não sejam tão assimétricas e que as mulheres sejam ensinadas a se empoderarem, não a se alienaram diante de seu gênero. Todavia, apesar de "feminismo" ser geralmente usado no singular, a ideia que ele contempla deve ser vista no plural, pois não existe "um feminismo", mas feminismos ou movimentos feministas, heterogêneos, plurais e com suas próprias formas de articulação e promoção de pautas a respeito dos direitos das mulheres, o que fica evidente com as suas mais variadas vertentes.  O feminismo interseccional (ou intersec) é uma das vertentes do movimento feminista. Ele diz respeito as intersecções ou recortes de opressões e

Todos podemos falar sobre os direitos das minorias políticas: os limites entre protagonismo e lugar de fala

"Sou homem (cis), posso falar de machismo? Posso defender as mulheres?''    "Sou branca, posso falar de racismo? Defender as pessoas negras?" "Sou hétero-cis, posso falar de LGBTfóbia? Defender LGBTs?''  Toda vez que tiver dúvida, por receio de estar ''silenciando'' alguém, se você deve ou não falar sobre algo, lembre-se daquela ''perguntinha chave'' da sociolinguística: quem diz o que, a quem, como, quando, onde e com que intensão comunicativa. Silenciamento, "roubo de protagonismo", "lugar de fala", são termos relativos que se constituem dentro da situação de comunicação. Não devem ser usados a torto e a direito como escudo de divergências ou como fala absoluta, única e universal.  Não defendo a ideia de que somente o oprimido de uma opressão pode falar sobre ela. Não apoio a ideia do "sem vivência, sem opinião" de forma generalizada. É problemático isso ser assumido de f

Sobre o machismo dos homens que brigam na internet para serem chamados de feministas

Um macho, ou melhor, mais um, me chamou de feminazi, ou seja, me comparou aos nazistas, só porque eu defendo a ideia de que macho pode ser, no máximo, pró-feminista, jamais feminista. Para quem faltou as aulas de português: o PRÓ é um prefixo que, aliado a palavra feminista, indica APOIO.  Vou repetir: a p o i o. Não é exclusão, segregação, negação de ajuda ou apoio como muita gente pensa. Macho que quer apoiar o movimento não vai chorar na internet carteirinha de feminista. Macho que fica insistindo para ser chamado de feminista é macho escroto que só quer silenciar mulher, "pegar'' mulher ou ganhar ''biscoito'' de mulher, ao bancar o desconstruidão. Irei exemplificar isso. Um caso recente de feminicídio na Argentina , no qual uma adolescente de 16 anos foi drogada, estuprada, empalada e assassinada por no mínimo três homens, foi o estopim para que mulheres participantes de coletivos feministas organizassem protestos em várias cidades da América Latina, pa

#ÉMachismo: atitudes machistas naturalizadas no nosso dia-a-dia

  O machismo é o pilar do patriarcado: sistema de dominação-exploração-subordinação da mulher pelo homem. Quando se fala em machismo, muitas vezes, nos vêm a mente mulheres estupradas, assassinadas e espancadas, ou, ainda, frases como "mulher é o sexo frágil", "é natural a mulher ser emocional enquanto o homem é racional", "foi estuprada porque usava roupa vulgar", "ela gosta de apanhar", "o homem é superior a mulher", entre outros discursos e atitudes explicitamente machistas. Contudo, isso não significa que somente esses comportamentos extremos consistam em machismo. Em nossa vida cotidiana, reproduzimos ou consumimos, de forma naturalizada e/ou inconsciente, atitudes machistas veladas de simples opinião, o que legitima a manutenção do patriarcado e, consequentemente, dificulta sua superação.   Abaixo, reproduzo alguns discursos e atitudes machistas que são naturalizadas no nosso dia-a-dia. O machismo também mora nos detalhes,