Eu tinha uns sete anos quando eu fui comprar um pela primeira vez. Fui a um mercadinho perto da minha casa, alguma coisa me dizia que lá eu poderia encontrar... olhei para o atendente e perguntei onde eu podia conseguir um. Ele arregalou os olhos, engoliu a saliva com força pela garganta, ficou branco, foi no outro mundo, voltou do outro mundo, suspirou como na dúvida se me dizia ou não... até que sua colega, do caixa, me chamou para perto... mais perto, mais ainda, e então falou baixinho, guaguejando: bebebem ali, no final da praprapraaatilheira no fim do corrrererereedor dodor... Fui, peguei aquela droga, paguei. Ela fez questão de empacotá-la numa folha de jornal para depois colocá-la dentro da sacola, a mais escura que tinha no mercadinho. Ninguém na rua podia me ver andando com aquilo pelo dia. Uma calamidade cearense.
Em casa, mãe achou ruim ter que desempacotar seu pacote de absorventes duas vezes seguidas.
Lizandra Souza.
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