Geralmente, quando falamos
em violência contra a mulher, nos vêm à mente espancamentos, estupros e
assassinatos. Todavia, essas não são as únicas formas de violência contra as
mulheres, existem abusos simbólicos, verbais e psicológicos que muitas vezes passam
desapercebidos no nosso cotidiano.
O patriarcado exige de
nós passividade, docilidade, abnegação e sujeição. Pois todos esses
"atributos" fazem com que nós não possamos reagir com força total
contra o domínio que os machos exercem sobre nós, sobre nossos corpos, sobre
nossas vidas, sobre nossas vontades! Aí reside o silenciamento feminino.
O que é o silenciamento
feminino? É justamente tirar a voz da mulher, é invisibilizar seu discurso, é
lhe negar o direito ao grito. Mulher não pode falar palavrão, porque palavrão
em boca de mulher é feio. Mas macho pode demonstrar insatisfação ou raiva e
praguejar a vontade! Mulher que grita é histérica, “falta rola para ela”, mas
macho gritando é sinal de virilidade, masculinidade, macheza! Machos brabos!
Durões! Mulher irônica, sarcástica ou debochada é louca, exagerada. Macho que
usa de ironia é um fiel seguidor machadiano, intelectualizado.
O sexismo linguístico é
uma forma de violência contra a mulher. É através dele que as pessoas veem como
um ato normal um macho interromper a fala de uma mulher, se apropriar da ideia
dela ou distorcer sua fala, tudo para fazê-la perder o equilíbrio mental e
passar por louca e/ou exagerada quando ela decidir refutá-lo, negando a tentativa
de silenciamento dele.
Quando a mulher toma
consciência dessa patrulha e censura verbal-discursiva e decide romper esse
sistema linguístico que privilegia os machos, ela sofre com a violência
psicológica e verbal ao ser chamada de louca, exagerada, histérica.
Abaixo, alguns estágios gerais da violência simbólica, verbal e psicológica contra a mulher:
1. Silenciamento: a mulher fala, mas não é ouvida ou sua opinião é desconsiderada somente por ela ser mulher. A deslegitimação do discurso ocorre não por o que está sendo falado, mas por quem o fala.
2. Distorção: a mulher tenta falar. Insiste na sua perspectiva e tem seu discurso distorcido para que ele não seja aceito/compreendido pelos demais e ela passe a duvidar de si mesma.
3. Arquétipo da louca, histérica, frustrada e exagerada: a mulher não aceita o silenciamento e a distorção do seu discurso e posicionamento, então bate de frente com seus agressores linguísticos, levanta a voz, tem pulso firme e insiste na sua opinião, então é chamada de louca, exagerada...
4. Culpabilização: de tanto silenciamento, distorção e manipulação psicológica a mulher passa a refletir se realmente está sendo ou foi exagerada e passa a se culpar por não ter se calado ou aceitado a outra visão de mundo, geralmente a do macho ou a que o privilegia e mantem as relações de dominação das quais ele tem o poder sobre ela.
Finais alternativos (ou complementares):
5. Aceitação: cansada de tanto silenciamento, manipulação e agressão verbal a mulher mesmo que não concorde com o discurso do outro tende a fingir que o aceita e/ou reconhece sua (suposta) atitude exagerada, louca, histérica... somente para ser deixada em paz. DEIXADA!!! Pois ficar em paz são outros quinhentos.
5. Não aceitação: a mulher sabe que não é oceano pra ser pacífica e quebra o pau (quem dera literalmente) e mesmo com toda agressão verbal e psicológica sabe que já ficou calada tempo demais e que agora, a hora, não é de esperar, sentar e deixar acontecer, mas de fazer. Ela não é deixada em paz, mas, talvez, tenha paz consigo mesma.
Lizandra Souza.
Que mulher é essa?
ResponderExcluirIvone Boechat (autora)
Que mulher é essa
que não se cansa nunca,
que não reclama nada,
que disfarça a dor?
Que mulher é essa
que contribui com tudo,
que distribui afeto,
tira espinhos do amor!
Que mulher é essa
de palavras leves,
coração aberto,
pronta a perdoar?
Que mulher é essa?
que sai do palco,
ao terminar a peça,
sem chorar!
Essa mulher existe,
sua doçura resiste,
às dores da ingratidão.
Resiste à saudade imensa,
resiste ao trabalho forçado,
resiste aos caminhos do não!
Essa mulher é MÃE,
linda, como todas são.
Publicado no livro Amanhecer 3ª edição Reproarte RJ 2004
Passo por isso todos os dias , sou uma dos integrantes de uma pequena agência de publicidade (única mulher) . Sempre que exponho o meu ponto de vista ou a minha idéia os outros integrantes simplesmente me ignoram , nem olham na minha cara , aí eu continuo repetindo o meu ponto de vista e chego ate a gritar as vezes para ser ouvida , aí eles olham para mim e dizem aquela frase que eu odeio "calma Maria" . Eu repito novamente o meu ponto de vista aí eles desconversam, tentam me fazer parecer burra , dizem que o que eu falo não tem nada a ver . Aí me irrito de vez digo um lindo foda-se e vejo eles fazendo merda . Aí quando a merda está pronta eu jogo na cara a minha razão e a imbecilidade deles , eles ficam com cara de trouxa dizendo "aí não sabia que era isso que você estava falando " . Isso me enche de ódio porque eles preferem ter prejuízo em vez de me escutar.
ResponderExcluirTá.pulando essa história toda. Eu queria dizer que eu estou gostando muito de ler os seus textos , são muito bons e diretos .
Continue assim!
😘