A sororidade, de forma
genérica, é a solidariedade feminina. Contudo, ela não deve ser sempre
compreendida, apenas, como um ato individual, de mulher para mulher, mas como
um ato político de militância feminista.
Conceber a sororidade como um ato político no
Feminismo é compreendê-la como uma tática de militância contra a segmentação e
rivalização que o patriarcado faz com as mulheres em sociedade, para que elas
não fiquem unidas e, assim, não detenham algum poder que possa se contrapor a
manutenção do sistema patriarcal. A sororidade política deve se propor, dessa
forma, a unir as mulheres, para que unidas elas possam representar um obstáculo
a manutenção do poder exercido pelos homens/cis no sistema de
dominação-exploração de gênero.
Uma das práticas feministas de sororidade, por
exemplo, consiste na luta contra a apologia e naturalização da rivalização
feminina que a sociedade trata como algo "natural", o que na verdade
é um comportamento naturalizado na medida em que nos ensinam desde cedo a
sermos competidoras da atenção de homem, que somos "rivais por
natureza", que somos "mais inimigas que amigas".
Outra prática é a que busca o empoderamento coletivo
(não seletivo) das mulheres (cis e trans). A sororidade, ainda, pode se
manifestar de diversas formas: no apoio, na amizade, companheirismo,
conscientização, empatia pela dor da outra.
Cheguei a um ponto crucial no que se refere a
sororidade: EMPATIA pela dor da outra mulher. Nós sofremos com a opressão de
gênero, mas nós não temos as mesmas vivências e nem ocupamos os mesmos lugares
na sociedade. Cada vivência pode envolver não só a opressão de gênero, mas
também a opressão por sexualidade, a opressão por etnia, a opressão por classe
social. Logo, reconhecer privilégios (por não sofrer com determinada
opressão) é essencial para uma sororidade que não seja seletiva, silenciadora e
apagadora de identidades oprimidas.
Ter empatia,
reconhecer privilégios (de etnia, de sexualidade ou de classe social, entre
outros) e abraçar as causas, mas sempre respeitando os lugares de fala, é vital
para a(s) nossa(s) luta(s).
Pedir que uma mulher negra não aponte racismo na fala da "irmã" é silenciamento! |
Lizandra Souza.
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Feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente!